Ácido Polilático

Ácido Polilático

Desde 2005, a marca de ácido polilático liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), nos EUA, é liberada pela U.S. Food and Drug Administration (FDA), desde 2004, para uso em lipodistrofia em soropositivos e, em 2009, para os demais usos estéticos.
Uma das características importantes deste produto é que, diferentemente dos demais preenchedores, o ácido polilático não age preenchendo a região aplicada. Este produto é o único no mercado que, embora incluído como uma substância preenchedora, age estimulando o colágeno do próprio hospedeiro, volumerizando o tecido gradativamente, conforme é aplicado.

O ácido polilático é de origem sintética, ou seja, não tem procedência animal. Ele também é biocompatível e biorreabsorvível, isto é, possui a propriedade de ser inteiramente reabsorvível pelo organismo, colaborando para o estímulo de colágeno do próprio paciente, melhorando rugas de expressão e promovendo a revolumerizaçao da área tratada. Esses resultados levam a um efeito lifting, não apenas pela reposição volumétrica, como alguns produtos que permanecem inertes na área aplicada, mas também pela neocolagênese do próprio paciente.

Histórico do ácido polilático

O ácido polilático foi sintetizado em meados de 1950 e, na medicina, é utilizado para diversos fins, como fios de sutura e tratamentos ortopédicos. Como preenchedor, foi introduzido a partir de 1999, com a denominação de new fill, e a partir de 2002, o produto passou a ser comercializado.

No princípio, existiram alguns efeitos adversos, em casos de consistência palpável e ocorrências isoladas de granuloma, porém, com a melhora na qualidade do produto, sua diluição e aumento no intervalo entre as aplicações, os riscos foram minimizados, assim como, a aplicação na derme mais profunda. Atualmente, complicações são realmente raras e quase sempre autorresolutivas.

Informações técnicas sobre o ácido polilático

O ácido polilático, sob a sigla de PLLA, é um polímero sintético do 1 – ácido lático, biocompatível e biodegradável, pois o ácido lático é, naturalmente, formado no corpo humano e metabolizado, sendo, posteriormente, eliminado pela urina, suor, ou reutilizado como forma energética. O ácido lático pode ser convertido em glicose, glicogênio, proteína ou, ainda, oxidado, resultando em Co2 e H2O no ciclo de Krebs/ácido cítrico.

O esquema acima demonstra a transformação do ácido lático para ácido polilático, onde a degradação segue os mesmos padrões: ácido lático “liberado” ou degradado pelas rotas do ciclo de Krebs / ácido cítrico.

O produto comercializado é formado por manitol (para melhorar a liofilização) carboximetilcelulose como emulsificador, e partículas de PLLA (ácido polilático). As partículas de ácido poliático, assim como outros preenchedores, tais como PMMA ou hidroxiapatita, tem tamanho entre 40 – 60 micrômeros de diâmetro, ou seja, pequeno o suficiente para o uso com agulhas (recomendeado pelo fabricante 26 g) e grandes o suficiente para evitar a fagocitose e permeabilidade capilar.

O mecanismo de ação se inicia com um processo inflamatório subclínico, seguindo o mecanismo da produção de colágeno, que depende diretamente do processo inflamatório, envolvendo os fibroplastos que depositam colágeno e que resultam em um efeito gradativo no preenchimento cutâneo.

A resposta inflamatória varia conforme características físicas do implante a ser utilizado, tanto no que se refere a tamanho, forma, superfície, quanto às características químicas, tais como PH, carga elétrica, hidrofílico ou hidrofóbico. Esta reação varia, também, de acordo com a época, o local, e a quantidade aplicada, fatores que serão decisivos para determinar o grau de processo inflamatório e fibroplasia que resulta em colágeno.

QUANTIDADE DE PRODUTO – INTERVALO ENTRE SESSÕES

A quantidade de produto a ser utilizada por aplicação varia entre 0,2 a 0,3 ml de produto por cm2. Ao contrário de outros produtos preenchedores, o resultado do ácido polilático é gradativo, podendo demorar entre seis (6) e oito (8) semanas para a total produção de colágeno (neocolagenese), com resultado de até dois (2) anos.

O número de tratamento varia de duas (2) a três (3) sessões, conforme região e indicação do médico. O intervalo entre elas varia em entre quatro (4) e seis (6) semanas.

O plano de aplicação varia conforme região, embora, inicialmente indicado para aplicação dérmica profunda, nada impeça que o mesmo possa ser utilizado de forma justa periósteo na região do zigoma ou, ainda, subcutâneo, em pacientes com lipodistrofia grave na região malar.

COMPLICAÇÕES:

De modo geral, a aplicação de PLLA tem demonstrado baixos índices de complicação, como equimose e edema. É, no entanto, autolimitado em casos de nódulos palpáveis ou granulomas, que ocorrem, geralmente, por erro no processo de aplicação.

A ocorrência de problemas pode ser verificada por procedimentos mal aplicados, como a aplicação de forma extremamente superficial, por colocar produto em demasia, ou somente por aplicar quantidades inadequadas. Podem ocorrer complicações, também, por não esperar o tempo mínimo de um (1) mês – quatro semanas – entre uma sessão e outra. Isso se deve a uma característica peculiar do ácido polilático, que revela seus efeitos somente após semanas da aplicação, levando em torno de oito (8) semanas para ocorrer o estímulo completo de colágeno.

O índice de granulomas inflamatórios é de 0.01 a 0.1, porém, sua manifestação é, geralmente, autorresolutiva. De qualquer forma, existem tratamentos que são utilizados em casos de complicações decorrentes dos preenchimentos.

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